Notícia
12/09/2009
Balanço das negociações dos reajustes no primeiro semestre de 2009
As negociações salariais de 245 categorias com data-base no primeiro semestre de 2009 registraram melhores resultados que os apurados em 2008, segundo levantamento realizado a partir de dados reunidos pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), mantido pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Os resultados considerados para este ano referem-se a um grupo de categorias idêntico ao estudado em 2008.
Para este painel, em 2009, o percentual de negociações com reajustes iguais ou acima do INPC-IBGE1 ficou próximo a 93%, enquanto no ano anterior, 87% haviam apresentado desempenho positivo. Este quadro confirma que, de maneira geral, a crise mundial teve pouco efeito sobre os resultados para este item de pauta, nas negociações coletivas.
A constituição de um painel fixo de categorias baseado no levantamento de 2008, é a principal alteração metodológica incorporada ao presente estudo, em relação aos balanços anteriores. Assim, o SAS-DIEESE registrará, em 2009, apenas as unidades de negociação que constem do painel fixo. Para a análise, serão consideradas somente as negociações com informação de reajustes nos dois anos2.As alterações visam aprimorar o estudo dos reajustes salariais, uma vez que permitirão comparações históricas mais consistentes do comportamento das negociações coletivas.
Resultados
No primeiro semestre de 2009, aproximadamente 77% dos reajustes salariais analisados ficaram acima do INPC-IBGE. No ano anterior, a proporção foi relativamente menor: cerca de 72%, 5 pontos percentuais (pp) a menos. Quanto aos reajustes iguais ao índice, observa-se um aumento de 1 pp em 2009. Dito de outra forma, houve significativa redução na proporção dos reajustes insuficientes para recuperar o poder de compra dos salários em 2009. Outro dado que se destaca no primeiro semestre deste ano é a maior ocorrência de aumentos reais acima de 4%. No entanto, houve, também, uma acentuada concentração dos reajustes em patamares bastante próximos ao índice inflacionário. Isto se constata, principalmente, pela queda no número de reajustes localizados na faixa de 1,01% a 2% de ganhos reais (30 a menos na comparação entre os dois anos) e pelo aumento no número de reajustes localizados na primeira faixa de aumento real, o que representa 35 a mais segundo a mesma comparação (Tabela 1).
Desta forma, é possível descrever o comportamento dos reajustes em 2009, na sua comparação com 2008, por meio de três movimentos: um, de redução no percentual de reajustes abaixo do INPC-IBGE; outro, de aumento na proporção de reajustes iguais ou pouco acima desse índice; e um terceiro, de crescimento no número dos reajustes nas maiores faixas de ganho real.