Notícia

23/10/2009

Na abertura da Latinoware 2009, autoridades manifestam apoio ao movimento software livre

As autoridades que participaram da abertura oficial da 6ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2009), nesta quinta-feira a noite, no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu, foram unânimes em defender o uso de ferramentas digitais colocadas gratuitamente à disposição dos usuários. “(A informática) não pode ser só um instrumento de negócio, uma ferramenta só para ganhar dinheiro”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, empresa que dá apoio ao evento. Participaram da solenidade o governador Roberto Requião; o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz; e, entre outros, e o diretor-executivo da Linux International, Jon “Maddog” Hall, um dos grandes incentivadores do software livre e da Latinoware e contou com a presença dos diretores do SINDPD-PR.

Durante o discurso, Samek ressaltou que a união do movimento software livre proporciona a construção de uma ferramenta democrática, que está à disposição de todo o mundo. Samek lembrou que, quando foi nomeado para Itaipu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “fez uma recomendação para lembrar dessa ferramenta transformadora da educação, do desenvolvimento e da integração, que é o software livre”.
Samek lembrou que a empresa apoia totalmente o uso de software livre, exemplificando com o PTI e com os trabalhos feitos na área de geoprocessamento. “Atuamos numa bacia de 1 milhão e 200 mil hectares com sistema em base livre”, disse. E completou: “O sonho do presidente Lula é que todo mundo tenha essa ferramenta (computador) à disposição do seu desenvolvimento. E com software livre”.
Já o governador Roberto Requião afirmou que, “diante desta plateia de programadores e cidadãos interessados na internet livre, eu sinto um entusiasmo juvenil e me pergunto se, ao invés de um discurso, não seria mais interessante todos nós dizermos que isso não é um congresso, mas um grito de liberdade, um exercício definitivo da inteligência e da autonomia das nações diante do conhecimento”. 

Ele comparou o movimento software livre  à atitude de Santos Dumont que, ao inventar o avião, na França, compartilhou seu prêmio com todos aqueles operários, mecânicos, que o ajudaram a construir o equipamento. E que ainda publicou em revistas científicas todos os dados do seu aparato voador, dizendo que jamais seria um objeto de patente, porque era a sua colaboração com a humanidade. “Esse congresso tem alguma coisa desse movimento libertário da igualdade, da fraternidade. Traz vantagens incríveis para os países”, disse. 

O governador também se referiu a Maddog e à comunidade software livre como entusiastas que mostram a importância do software livre para gerar inteligência, trabalho e renda. “Estamos aqui transformando uma ideia em ação. Que todos compartilhem esse ‘latido forte’ de Maddog (que significa cachorro louco) e nos ajudem a conquistar a soberania na área de informática”, declarou Requião. Depois de muitos aplausos, o governador voltou ao microfone para dizer que realmente se trata de “uma cachorrada doida que está aqui para mudar a informática do Brasil”.   

Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, destacou que, nos últimos sete anos, o Brasil quase triplicou o número de domicílios que têm computador e internet. Segundo ele, em 2008 foram vendidos no Brasil 12 milhões de computadores, número que deve ser superado este ano. “Barateamos muito o custo do computador. Agora, precisamos baratear a acessibilidade”, disse o ministro, ressaltando que o software livre é fundamental para o processo de inclusão digital.  

O evento

Cerca de 3.500 pessoas estão participando da Latinoware, entre usuários, pesquisadores, profissionais, professores e acadêmicos que utilizam ou desenvolvem sistemas baseados na tecnologia livre. O evento concentra 184 palestras, mesas-redondas, workshops e minicursos
Durante a abertura, a superintendente de Informática da Itaipu Binacional, Marli Portela, destacou que essa conferência é apenas o marco de algo muito maior. “A Latinoware ocorre de forma perene e crescente e demonstra os esforços de todos nós em utilizar tecnologias livres como mais uma ferramenta de integração dos povos latino-americanos”, afirmou.
O diretor-superintendente da Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Juan Carlos Sotuyo, também ressaltou que, para o PTI, é gratificante receber a Latinoware. Ele lembrou que a primeira Latinoware começou com 900 pessoas. “Agora, temos quase quatro mil pessoas e mais de dez países participando. Isso confirma a latinidade desse evento”, disse Sotuyo. 

Livro lançado na Latinoware difundirá movimento no Brasil 

Explicar de forma simples o software livre e o movimento que busca sua difusão pelo mundo é o objetivo do livro “A Revolução do Software Livre”, lançado nacionalmente na 6ª Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware 2009, por um grupo de especialistas no assunto, nesta sexta-feira, 23, em Foz do Iguaçu.
A publicação é direcionada não só para os desenvolvedores de tecnologias da comunicação, mas também para qualquer interessado pelo tema. Editada pela associação amazonense Comunidade Sol, a obra tem 368 páginas, com artigos de dez colaboradores de diferentes regiões do País. A primeira edição é de mil exemplares.
Logo em sua contracapa, uma explicação clássica: “software livre é todo programa de computador que pode ser executado para qualquer finalidade; que pode ser estudado e adaptado às necessidades de qualquer usuário; que pode ser distribuído para qualquer pessoa; e que pode ser aperfeiçoado e ter as melhorias conquistadas distribuídas sem distinção”.
O prefácio é assinado por Jon “Maddog” Hall, diretor-presidente da Linux International (associação sem fins lucrativos) e uma das figuras mais respeitadas pela comunidade de desenvolvedores do planeta. “Muitas pessoas não entendam o processo de criação de um software. Depende de nós esclarecermos isso à sociedade, para nossos pais, nossos filhos. Esse livro tem esse propósito”, afirmou na palestra.
Para o organizador do título, Tiago de Melo, o objetivo foi produzir um material sobre os conceitos de software livre em diversos aspectos. Os capítulos abrigam textos sobre o be-a-bá do movimento, licenciamento de software, direito autoral, patente, cultura livre, negócios, desenvolvimento colaborativo, espírito de liberdade, segurança dos códigos-fonte, entre outros tópicos.
“Existia e ainda existe uma demanda na sociedade por publicações sobre a matéria. Apesar disso, há poucas publicações sobre o tema e menor ainda em nosso idioma. O livro vai contribuir para preencher essa lacuna”, afirmou Melo, que é bacharel em Processamento de Dados e Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Segundo ele, o ideal libertário segue na distribuição, feita gratuitamente para diversas entidades nacionais de ensino e pesquisa.
Mais de 100 instituições, de cerca de 15 estados, estão recebendo a obra. “Muitas vezes as pessoas querem difundir o conceito livre, mas careciam de argumentos. Estamos dando os subsídios a elas para a defesa do movimento”, explicou Melo.  

Mais informações sobre a “A Revolução do Software Livre” podem ser obtidas no site www.comunidadesol.org. O próximo passo dos idealizadores do livro é publicá-lo na internet para torná-lo acessível para um número maior de pessoas. Entretanto ainda não existe data para o impresso ganhar uma versão virtual.

 

IBM aposta em modelo de sinergia de softwares

 

Uma da maiores empresas do mundo em serviços de tecnologia digital, a IBM aposta na sinergia entre o software proprietário e o  Open Source (código aberto) como receita de sucesso na indústria da informática. A atual estratégia da empresa prioriza trabalhar de forma compartilhada os dois modelos com uma finalidade clara: aprimorar e aperfeiçoar os produtos e serviços oferecidos aos consumidores.
Essa filosofia de mercado foi demonstrada por César Taurion, nesta sexta-feira (23) pela manhã, durante o segundo dia de programação da 6ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2009). O evento prossegue até sábado (24), no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu. 

Promotor de projetos da IBM, o especialista ministrou a palestra: “Open Source 2.0: maturidade em modelos de negócios”. Para Taurion, a sinergia entre os dois modelos de software (proprietário e aberto) gera resultados interessantes. Ele citou o caso da própria IBM.

 

A empresa investe em várias comunidades de software livre por meio de financiamento de projetos e em laboratórios tecnológicos, que promovam iniciativas do gênero.

 

A ideia geral é auxiliar o desenvolvimento de programas Open Source, que sirvam, posteriormente, de base para o aperfeiçoamento tecnológico de produtos comercializados pela empresa. 

 

Os componentes desses programas livres ajudam, então, conforme explicou, a melhorar e qualificar cada vez mais os produtos da IBM, cuja fonte está em códigos proprietários.

 

Segundo Taurion, existem custos para isso, mas muito inferiores se comparados ao modelo tradicional, em que as empresas pagam equipes para desenvolverem novos produtos. Isso porque, no modelo de software livre, os programas são desenvolvidos em um sistema colaborativo chamado de “computação em nuvem”. Nele, há o compartilhamento constante entre as comunidades para a criação de novos sistemas operacionais.

 

Um exemplo é o sistema Linux, mundialmente conhecido pelas comunidades de software livre. Há vários anos, a IBM tem aportado recursos ao projeto em troca de tecnologia e conhecimento, retransmitido a outros produtos e programas criados pela companhia. “Nesse modelo, exploramos, no bom sentido, as inovações tecnológicas produzidas pela inteligência coletiva”, ressaltou.

 

Num comparativo, a IBM gastou, nos últimos anos, perto de 100 milhões de dólares em projetos de comunidades desenvolvedoras de software livre. Se a empresa optasse por aplicar recursos em modelos convencionais, para criar ou aperfeiçoar novos produtos, estima-se que os gastos seriam dez vezes mais elevados, ou seja, perto de U$ 1 bilhão.

 

Outro dado interessante remete ao volume de vendas de serviços de software livre no mundo. Até 2010, o segmento deve movimentar mais de U$ 50 bilhões.

 

Latinoware discuta ataques a sistemas de servidores web

 

 “Infelizmente, a melhor forma de defesa é o ataque”, afirmou o major do Exército Brasileiro Paulo Fernando Lamellas, ao falar na palestra “Guerra Cibernética – O Despertar do Brasil”, durante a 6ª Conferência Latino-Americana de Software Livre, nesta sexta-feira, dia 23.

 Para demonstrar que a guerra cibernética não tão recente, o major destacou que o primeiro episódio desse tipo de conflito aconteceu em 1999, no fim da Guerra de Kosovo. Porém, o mais conhecido foi o ataque ao governo da Estônia, em 2006, quando, de acordo com o oficial, o país foi bloqueado por hackers que derrubaram servidores estatais em represálias à remoção de um monumento ao Exército Vermelho Russo.

 Há alguns conceitos distintos sobre guerra cibernética, porém com um mesmo entendimento. Trata-se de um sub-conjunto de guerra da informação que envolve ações realizadas no mundo cibernético. A partir disso, “é preciso entender que a guerra cibernética não é apenas ficção, que infelizmente ela existe e tem se tornado uma grande preocupação”, diz o major. Segundo ele, o mundo dos hackers tem crescido de uma maneira surpreendente e está afetando toda a sociedade, pois sistemas bancários, de trânsito e de iluminação, entre outros, estão sendo atacados.

 Um modo de ataque bem conhecido é por meio de spams, que são mensagens enviadas sem consentimento do destinatário, mas que carregam cada computador e travam a rede. Há ainda outras formas mais abusivas, como o cavalo de tróia, bombas lógicas e ciberespionagem, entre outros. “Existem ‘N’ formas de ataque e ‘N’ formas de defesa. A defesa ocorre pelo conhecimento do ataque ao servidor web, ou seja, conhecendo as formas que está sendo atacado, o indivíduo busca a falha do sistema e tenta combatê-lo com um contra-ataque”.

 Durante seu discurso, o palestrante destacou que, numa guerra cibernética, há sempre o envolvimento de governos. É o que acontece na China, por exemplo, de onde partem muitos ataques aos servidores de governos de outros países, principalmente o governo americano. Em 2007, hackers chineses invadiram o computador do secretário da Defesa, Robert Gates, mas não conseguiram obter dados confidenciais do Pentágono. Em 2008, invadiram os computadores da Casa Branca.

 Uma maneira de evitar possíveis ataques é o uso de senhas e autenticação com modificações periódicas, medidas antropomórficas (como leitura da digital e da íris), o uso de criptografia e limitar ao máximo o número de usuários com acesso de administrador, entre outras formas.

Fonte: Jornal O FAROL

 

 

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