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13/01/2010

Visitação pública ao velório de Zilda Arns é retomada depois de missa reservada

Visitação pública ao velório de Zilda Arns é retomada depois de missa reservada

O velório da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, que ocorre no Palácio das Araucárias, sede do governo estadual, foi reaberto ao público por volta das 15h15 desta sexta-feira (15). A visitação ficou suspensa por cerca de duas horas para realização de uma missa reservada à família e amigos próximos. A cerimônia foi comandada por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança, na década de 1980.

 
 

Aproximadamente 500 pessoas aguardavam do lado de fora para prestar a última homenagem a médica. A fila se estendia por toda a Rua Jacy Loureiro de Campos e chegava até a Prefeito Ernani Santiago de Oliveira. A visitação começou por volta das 12h30. O velório ficará aberto até as 14 horas de sábado (16), quando será celebrada uma missa de corpo presente.

Entre os acompanharam a celebração estão o governador Roberto Requião (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) que chegaram ao local por volta das 13h10. Os dois demonstravam estar bastante emocionados quando adentraram a sala onde é realizado o velório, e Temer não escondia as lágrimas.

"A trágica morte de Zilda Arns nos deixa um exemplo de respeito pela atuação que ela teve ao longo da vida. Uma pessoa despojada de vaidades, voltada para as grandes causas sociais. A dona Zilda trabalhou para o Brasil e para a humanidade. Estamos aqui para trazer não apenas o nosso sentimento pessoal, mas de toda a Câmara dos Deputados do Brasil", disse Temer durante a cerimônia.

Requião disse que pediu pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que indique o nome de Zilda ao prêmio Nobel da Paz, mesmo após sua morte. "Sem dúvida nenhuma ele vai atender à solicitação", afirmou. Outro pedido que o governador fez a Lula foi quanto à criação de um prêmio com o nome de Zilda Arns, a ser entregue a pessoas que se destaquem na luta contra a mortalidade infantil e materna.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) - que estava em Washington, nos EStados Unidos -, o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), e o senador Alvaro Dias (PSDB) chegaram à missa por volta das 14 horas, com a cerimônia já em andamento. Depois da missa, Beto Richa disse que a morte de Zilda é uma perda irreparavel. "A doutora Zilda era uma pessoa com sentimneto de amor sem limites", afirmou.

Dom Geraldo Magela classificou a morte de Zilda Arns como um sinal divino, por ela ter morrido em uma missão de paz em um país tão pobre como o Haiti.

Início do velório

Logo que chegou ao local, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do Palácio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório, na qual fez um agradecimento ao trabalho da missionária.

Ao fim da prece, familiares da médica que estavam presentes aplaudiram as palavras por cerca de um minuto. Do lado de fora, as pessoas que formavam fila na porta do Palácio das Araucárias rezavam, emocionados, o Pai Nosso, enquanto aguardavam para entrar. As liberação da fila foi feita pela sobrinha-neta de Zilda, Caroline Arns, que conduziu os primeiros visitantes ao caixão. O primeiro grupo de pessoas que entrou era composto por voluntários da Pastoral da Criança, que choravam muito e entoavam músicas religiosas ao passar pelo corpo da médica.

O senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica, bastante abatido, falou rapidamente com a imprensa logo que chegou à sede do governo. Ele disse que um passo que Zilda deu no momento do tremor foi o que determinou sua morte. “Ela já havia encerrado seu discurso na igreja em que estava, quando começou o terremoto. Quando deu um passo à direita, acabou atingida pelos escombros”, disse. O senador ainda relatou o cenário de destruição que encontrou no Haiti. “As pessoas não têm as mínimas condições de vida por lá”, definiu.

Além de Arns, a freira Rosângela Altoé, que esteve no Haiti com Zilda, também acompanhou todo o transporte do corpo da médica até o local do velório.

Chegada ao Brasil

O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.

O avião que trouxe o corpo da médica chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião chegou por volta das 10h20. O caixão saiu por volta das 10h50 em um cortejo com destino ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico de Curitiba.

O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanha o transporte do corpo desde o Haiti. No Afonso Pena, o fluxo de pessoas era normal no momento do desembarque, e não havia grande movimentação por conta da chegada do corpo da médica. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Militar (PM) e seguido por carros de parentes de Zilda.

Fila

Momentos antes da porta do Palácio das Araucárias se abrir para o público, cerca de 500 pessoas, inclusive crianças, já formavam uma fila em frente ao prédio. As duas primeiras pessoas, Maria Olina Aparecida e Justina Ângela Basso, voluntárias da Pastoral, estão no local desde as 8 horas. “Como curitibanas, queremos ser as primeiras a acolher e recepcionar as pessoas que virão de outros lugares aqui hoje”, contou Justina.

“É um dia de muita tristeza, mas também de triunfo para a Zilda, que recebe essa manifestação tão grande de pessoas”, disse Maria.

Um espaço está reservado no estacionamento do Palácio Iguaçu para receber caravanas com centenas de ônibus, vindos de diversos estados. Eles trarão seguidores, fiéis e colaboradores da Pastoral da Criança pelo país. No Palácio das Araucárias, os visitantes devem subir a rampa que dá acesso aos corredores e caminhar cerca de cem metros até chegar ao recinto, no térreo, onde está o caixão com o corpo de Zilda.

Um corredor foi montado para a passagem do público geral, enquanto familiares e autoridades poderão permanecer na sala por mais tempo, em um espaço com cadeiras.

Trânsito e policiamento

Um esquema especial de trânsito foi montado na região do Centro Cívico para o velório. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A (Urbs) e do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foram deslocados para controlar o movimento.

Os cruzamentos das ruas Papa João XXIII e Prefeito Ernani Santiago de Oliveira e das ruas Conselheiro Raul Viana e Professor Benedito Nicolau dos Santos estão bloqueados, e há interdições ainda nas ruas Jacy Loureiro de Campos e na Avenida Cândido de Abreu, próximo ao prédio da Prefeitura de Curitiba. Apesar disso, não havia congestionamento na região por volta das 12h50, já que muita gente chega ao local em ônibus, que podem passar pelos bloqueios.

O policiamento nas proximidades do palácio do governo também foi reforçado. O comando da PM do estado informou que a rebelião de presos ocorrida na Penitenciária Central do Estado, na noite de quinta-feira, não altera os planos da segurança para a despedida de Zilda.

Flores

Em nota, a família de Zilda Arns agradeceu todas as manifestações e palavras de conforto e solidariedade. Segundo os familiares, seria o desejo dela que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.

Enterro

Ainda no Palácio das Araucárias, está programada para as 14 horas a missa de corpo presente da médica. O culto será exibido em telões na Praça Nossa Senhora de Salete - situada nas proximidades do Palácio das Araucárias - para que a população também possa acompanhá-lo, e pela internet, em um link que será disponibilizado no site da Pastoral da Criança. Após a celebração haverá o sepultamento no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares.

Presenças confirmadas

O gabinete da Presidência da República confirmou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório de Zilda Arns. Lula deve embarcar no início da tarde desta sexta-feira em São Luís (MA) com destino a Curitiba. De acordo com a Pastoral, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), também confirmaram presença.

Devem acompanhar o velório, ainda, Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança, Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB), Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, Dom José Antonio Peruzzo, bispo de Palmas e Francisco Beltrão (PR) e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Pessoa Idosa, Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo de São Félix do Araguaia (MT) e primo de Zilda Arns, e Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP), representando Dom Paulo Evaristo Arns, impossibilitado de comparecer por motivos de saúde.

Tragédia

Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.

A médica havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para esta sexta-feira (15).

 

Fonte: Gazeta do Povo 

 

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